- Que azar que eu tenho!
O pensamento descrito é o que se sobrepõe na minha mente, naquela sala de espera. Estão 8ºC em Lisboa e estou, novamente, na mesma sala de espera.
- Que azar que eu tenho!
Outra vez? Malditos comprimidos. Mas são vitais, sem eles ele não sobrevive. Com eles, surgem os "efeitos secundários"...
- 1% das pessoas pode manifestar vómitos, náuseas,
... dizem eles. Observo a sala, pela primeira vez. Parece que o hábito da ocorrência já me faz ver as coisas de forma diferente. Paredes brancas, cadeiras extremamente desconfortáveis e outras 4 pessoas, além de duas auxiliares e 1 enfermeira.
- Que azar que eu tenho!
A TV berra o "Preço Certo". Um olhar desconfiado à mesma permite discortinar as duas únicas razões para ver o programa (sem som, está claro). Olho à volta: uma senhora idosa de aspecto desconsolável vira furiosamente as páginas de uma revista. Uma médica entra na sala e dirige-se a ela:
- Está a ser preparado. É operado ainda hoje.
Sai uma lágrima.
- Tenha calma, agora está controlado.
Sai um sorriso forçado e duas lágrimas escorrem rapidamente pela face. A outra senhora ao lado, olha para ela com pena, enquanto a TV continua a berrar
- O próximo concorrente vem da Bobadela.
E eu continuo:
- Bolas, que azar.
O olhar de pena acaba-se quando chamam o nome dela. Entra um homem que se chega ao pé dela
- Coragem, vamos!
Ela hesita, mas vai. Pouco tempo depois, sai e desloca-se com uma auxiliar a uma outra sala, com um dístico na porta: "Oncologia - Consultas".
- Bolas.
Devo estar com um olhar parvo, mas começo a duvidar do meu azar. Duas horas passaram e não há notícias do que a mim diz respeito. Abre-se a porta das Urgências.
- O fígado decidiu fazer das suas. Sabe que com estes comprimidos que toma, qualquer coisinha é razão para dar porcaria. Toma isto e daqui a 2 dias tudo deve voltar ao normal.
Agora o sorriso forçado é meu. Repenso o que pensei e acabo comigo a dizer
- Que sorte tenho eu!
O pensamento descrito é o que se sobrepõe na minha mente, naquela sala de espera. Estão 8ºC em Lisboa e estou, novamente, na mesma sala de espera.
- Que azar que eu tenho!
Outra vez? Malditos comprimidos. Mas são vitais, sem eles ele não sobrevive. Com eles, surgem os "efeitos secundários"...
- 1% das pessoas pode manifestar vómitos, náuseas,
... dizem eles. Observo a sala, pela primeira vez. Parece que o hábito da ocorrência já me faz ver as coisas de forma diferente. Paredes brancas, cadeiras extremamente desconfortáveis e outras 4 pessoas, além de duas auxiliares e 1 enfermeira.
- Que azar que eu tenho!
A TV berra o "Preço Certo". Um olhar desconfiado à mesma permite discortinar as duas únicas razões para ver o programa (sem som, está claro). Olho à volta: uma senhora idosa de aspecto desconsolável vira furiosamente as páginas de uma revista. Uma médica entra na sala e dirige-se a ela:
- Está a ser preparado. É operado ainda hoje.
Sai uma lágrima.
- Tenha calma, agora está controlado.
Sai um sorriso forçado e duas lágrimas escorrem rapidamente pela face. A outra senhora ao lado, olha para ela com pena, enquanto a TV continua a berrar
- O próximo concorrente vem da Bobadela.
E eu continuo:
- Bolas, que azar.
O olhar de pena acaba-se quando chamam o nome dela. Entra um homem que se chega ao pé dela
- Coragem, vamos!
Ela hesita, mas vai. Pouco tempo depois, sai e desloca-se com uma auxiliar a uma outra sala, com um dístico na porta: "Oncologia - Consultas".
- Bolas.
Devo estar com um olhar parvo, mas começo a duvidar do meu azar. Duas horas passaram e não há notícias do que a mim diz respeito. Abre-se a porta das Urgências.
- O fígado decidiu fazer das suas. Sabe que com estes comprimidos que toma, qualquer coisinha é razão para dar porcaria. Toma isto e daqui a 2 dias tudo deve voltar ao normal.
Agora o sorriso forçado é meu. Repenso o que pensei e acabo comigo a dizer
- Que sorte tenho eu!
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