domingo, 20 de janeiro de 2008

(Pouco) Serviço Público

Faltou a água. Uma rápida consulta ao site da EPAL diz-me que o número do Serviço de Falta de àgua é o 800222425. Teclo o número e aqui começa um outro número, mais parecido com um "soquete" do The Office:

1. "Bem vindo à Linha de Faltas de Água da EPAL. Para procerdermos, necessitamos de saber que tipo de telefone tem. Para isso, por favor, marque 5..... AGORA!"

(Que coisa fantástica. Primeiro, detectam o meu telefone mas querem que marque 5. Pedem por favor mas tem que ser agora!... E acreditem que a voz na máquina entooa o agora! com alguma veemência. É para impor respeito. Lá carregamos no 5 e...)

2. "Para roturas no Alto de São João, marque 2".

(Bom, esperamos por mais opções.... mas ....)

3. "Desculpe, mas não compreendemos a sua opção. Para roturas no Alto de São João, marque 2."

(Mas eu quero Lumiar. É onde eu moro. Para que raio quero o Alto de São João? Para que diabo quiseram detectar o meu telefone?)

4. "Esta linha é actualizada assim que possível. Esperamos que tenha sido ajudado. Obrigado."

(Não fui, não fui, eu quero mais opções, aaaaaaaaaahhhhhhhhhhh.......).

Update: Duas horas depois de ter detectado a falta de água (segundo os meus vizinhos, três horas depois da rotura ter acontecido aqui numa rua vizinha), lá adicionaram a opção "Lumiar" e disseram que o abastecimento será reposto a partir das 6h. Mas temos muito boa informação em linhas automáticas, não temos?

sábado, 19 de janeiro de 2008

Discordâncias

Quem lê isto, e depois vai comparar com a Mensagem de Natal, pensa o seguinte: então a demagogia e a politiquice só podem ser usadas quando nos dão jeito? É que o país pintado no Natal está tão longe da verdade que só me deu vontade de rir.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A azia continua...

Já se percebe que o senhor perdeu o investimento que fez no local anterior, mas poderia deixar de ser tão mentiroso, podendo enganar uma mente mais distraída. Vamos lá decompor correctamente os factos:
  1. "[...]onde está a autonomia da ponderação política sobre a avaliação técnica?" é a primeira pergunta que faz. Eu respondo com outra: se um aeroporto é uma decisão política, para que serviram tantos estudos e tantas encomendas para se perceber onde colocar o novo aeroporto? Se é uma decisão política, não era preciso pagar a tanta gente para avaliar o melhor local, simplesmente decidia-se. Já agora, essa factura já daria para pagar quase 1/4 do novo aeroporto (o gasto supera os mil milhões, a ser fiel aos números divulgados na comunicação social).
  2. "O LNEC só deu vantagem a Alcochete no capítulo dos custos" - é falso, deu vantagem em 4 dos 7 items, dando empate noutro e ligeira vantagem à Ota nos restantes. Uma leitura atenta do relatório também avalia possíveis custos futuros (expansão, condições do terreno, ...), parcela essa ignorada pelo senhor.
  3. "Uma evidente menos-valia de Alcochete está em não ter passagem directa do TGV Porto-Lisboa-Espanha" - outra vez uma distracção do senhor, já que passou a parte em que, caso se decida avançar com o aeroporto em Alcochete, há medidas adicionais a serem tomadas no que respeita a outras obras públicas de interesse nacional. Como tal, se o senhor tirasse as palas que tem nos olhos, talvez percebesse que era isto a que o estudo se referia.
  4. "Quem sai mais prejudicado pela opção Alcochete são obviamente os utentes que residem a Oeste e Norte de Lisboa" - sendo eu um utente do Norte de Lisboa, prefiro o aeroporto mais perto (Alcochete) do que mais longe (Ota). Mas evidentemente, se o referido senhor vivesse de facto no Norte e Oeste, talvez tivesse tino de não dizer este tipo de baboseiras.
Agora acrescento dois outros aspectos que o senhor se "esqueceu de referir": o primeiro diz respeito ao custo de preparação do terreno na Ota (não incluído no custos referidos), custo este que, segundo especialistas do Instituto Superior Técnico, nunca seria inferior a 2 mil milhões de euros (Sic Notícias, Dezembro de 2005).
O segundo diz respeito ao seguinte: a Portela está assim em estado tão catastrófico que obrigue a esta obra faraónica? Concordo contigo, caro Gonçalo, quando dizes que não precisamos de um novo aeroporto, precisamos que o dinheiro seja canalizado para outras áreas bastante mais necessitadas como a Saúde e a Educação. Mas isto faz-me lembrar um cartoon que vi há tempos sobre Bush e Condie Rice. Após os anos passarem e Bush não fazer nada, vira-se para Condie e diz "Olha, Condie, arranja-me algo que os faça lembrarem-me". Aqui é mais ou menos o mesmo...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

É impressão minha...

... ou ontem no Parlamento, houve tourada da grossa, com olés, pegas, humilhação e afins, só não havendo morte do protagonista porque o hemiciclo é em Lisboa e não em Barrancos? Foi tão extraordinário que até Santana Lopes conseguiu ficar bem na fotografia. Há coisas fantásticas, não há?

Sporting!

Vai de mal a pior, e pela teimosia de um homem: Paulo Bento. Ele sabe gerir um plantel mas não percebe que é a táctica que tem que se adaptar aos jogadores e não o contrário. Ele não tem culpa de não ter defesa esquerdo, de ter perdido os dois avançados que melhor se enquadravam no seu esquema e de ter um alto não loiro e tosco comprado por um senhor que, inapelavelmente, fez muito pouco pelo Sporting e muito pelos seus bolsos.
Soluções imprescindíveis para colocar o Sporting no bom caminho:
  1. Limpar toda a escória de notáveis que mina o Sporting, alguns deles perigosamente ligados à banca e às construções, que ganham balúrdios por serem membros da direcção. A direcção não precisa de notáveis, a direcção precisa de gente que goste do Sporting.
  2. Limpar o balneário de elementos que não tenham qualidade suficiente para fazer parte de um grande, quanto mais do Sporting. Destaco aqui Pedro Silva, Ronny, Had, Gladstone, Paulo Renato (não vi nada nele que entusiasme), Farnerud, Pereirinha (pelo menos não tem a maturidade que devia), Purovic. Já não digo Paredes porque já saiu. São 9 elementos a menos, e um alívio em termos de ordenados.
  3. É preciso gente com experiência para comandar o infantário. Para isso, há que fazer esforço. Não precisamos mais do que 1 avançado capaz, 1 médio, 1 defesa-esquerdo e 1 defesa-direito com experiência. Tudo o resto sai da Academia. E para compensar as 9 saídas, dou 4 nomes que são capazes do que precisamos e 4 vindos da Academia: Linz para avançado, Rochemback para o meio-campo (disse publicamente que quer voltar), Chiquinho (Internacional de Porto Alegre) para defesa-esquerdo e Leo Moura (Flamengo) para defesa-direito. Da Academia e/ou retornos de empréstimo, temos André Marques (defesa-esquerdo), Daniel Carriço (central), Celestino (meio-campo) e Fábio Paim (ala), tendo já feito a adição de Luis Paez (avançado).
  4. Com isto garatíamos a preparação atempada da época seguinte, com um decréscimo nos salários (acreditem, só o Paredes custou 10000 euros por minuto!) e uma aposta forte na formação. Ignoraríamos completamente a influência de empresários e gestores pouco idóneos e colocaríamos a equipa no bom caminho.

E o aeroporto vai para...

...ALCOCHETE. Alguém, prevendo que a decisão iria ser contrária às suas muitas e variadas razões para colocar o dito aeroporto na Ota, tratou logo de dizer que era preciso resgatar a concessão das pontes à Lusoponte, concessão essa determinada pelo PSD (nomeadamente pelo Ministro das Obras Públicas, Ferreira do Amaral), cujo presidente da concessionária é o dito Ministro e cujo principal accionista é a Somague, que andou a financiar as campanhas do PSD.

Respondo eu que, olhando para alguns registos da Câmara Municipal de Alenquer, iríamos descobrir coisas muito curiosas, como por exemplo, certos e referidos senhores ligados a um certo partido no governo (e não só... mas se é para atacar, usa-se a informação que nos dá jeito, usando o mesmo modus operandi do sujeito) terem comprado resmas e resmas de terrenos próximos à suposta localização do Aeroporto por esses lados, ao preço da uva mijona, tendo beneficiado de informação priveligiada que, aquando da subida do mesmo ao poder, haveria lá uma grande obra pública. Daí percebermos a terrível azia que certos sujeitos têm, bem como certos argumentos que publicamente defenderam, para defenderem a OTA.

Dois conselhos:
  1. Não usem de tanta informação em primeira mão porque pode haver algo que corra mal, e não usem essa informação para fazer investimentos que podem render pouco ou nada.
  2. Rennie é bom para o que estão a sentir agora.
É a vida!

P.S.: É curioso como num blog de tanto sectarismo se encontra uma pessoa de grande valia como é a eurodeputada Ana Gomes. Identifico-me muito com as suas posições e é admirável a sua coerência, sentido de responsabilidade e o seu conhecimento. Como ela, defendo uma leitura atenta da entrevista de Ferro Rodrigues à Visão da semana passada.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Eleições nos EUA

Já andava há algum tempo para falar nisto, mas só agora calhou. Depois da derrota no Iowa, Hillary Clinton bateu Barack Obama em New Hampshire. Isto só torna as coisas cada vez mais interessantes. Por mim, estou perfeitamente descansado: ganhe Hillary, Obama ou Edwards (2º em Iowa e 3º em New Hampshire), o partido democrata ficará com um forte candidato para bater um qualquer republicano.

Quanto aos republicanos, o menos mau venceu em New Hampshire. John McCain tem, realmente, algumas boas ideias para a saúde e educação, mantendo a mesma política desastrosa em relação à Defesa e Negócios Estrangeiros. Pelo contrário, o vencedor em Iowa (Mike Huckabee), um conservador no pior sentido, ficou em terceiro. As políticas do sujeito são más em todas as áreas mas gostaria de destacar a ideia de construir uma vedação que envolva todo o país, a abolição da actual lei que prevê a possibilidade de abortar (segundo ele, "porque toda a vida é sagrada" - até aqui tudo bem...) mas a imposição da pena de morte em todos os estados e abolição de políticas de aministra/tolerância para imigrantes (então nem toda a vida é sagrada, pelo menos os imigrantes não são vidas nem pessoas).

E continua...

Numa adenda ao último post, o Banco de Portugal e o seu Governador vêm dizer que Portugal cresce economicamente menos do que o previsto. Notas a reter desta intervenção:
  1. Parece difícil, mas pagarem 280 mil euros/ano para dizer que o país está na merda é uma afronta a quem ganha 426 euros/mês. Além disso, dizer o óbvio é o mesmo que estar calado.
  2. O Governador veio contrariar as previsões utópicas do ditadorzeco de trazer por casa na sua mensagem natalícia. É realmente extraordinário que só agora os Governadores e demais parasitas venham compreender que isto não é o mar de rosas que certa comunicação social (bem paga) tenta vender. Mas espera, esse pagamento é feito pelos parasitas... ah pois.
  3. Por último, cada vez mais compreendo as pessoas que pretendem fugir deste país. Com ordenados miseráveis e serviços ao preço de países desenvolvidos, os portugueses são, realmente, um povo fantástico porque conseguem o verdadeiro milagre de fazerem omoletes sem ovos.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Mamã eu quero, mamã eu quero, mamãããã eu quero mamar...

Condições de Trabalho:
  • 280 mil euros anuais;
  • Regulação das Instituições Bancárias do País;
  • Aconselhamento económico;
  • Regulação das Taxas de Juro;
  • Garantia de segurança e imparcialidade;
  • Regulação do valor da moeda nacional (obsoleto);
  • Impossibilidade de saída do cargo (Artigo 33º dos Estatutos do Sistema Europeu de Bancos Centrais) - «Os membros do conselho de administração [do banco central] são inamovíveis»;
Do discurso de tomada de posse para o mandato de 5 anos, pode-se ouvir o Ministro dizer:
«É por isso que Portugal precisa de um supervisor bancáriodinâmico, capaz de exercer a sua função de forma rigorosa e disciplinadora, mas também dinamizadora da sã concorrência e competitividade do sector bancário, acautelada a prevenção do risco sistémico e à protecção dos consumidores de produtos bancários.
Isto é, uma supervisão capaz de gerar nos utentes dos serviços bancários, serenidade e confiança em relação às suas poupanças e, nas instituições prestadoras de serviços bancários, a certeza de um controlo permanente quanto à legalidade da sua actuação.»

Resultados Práticos:

  • Défice público agravado; (um ordenado daqueles dá para alimentar muita gente)
  • Passividade total nos movimentos de gestores de grupos públicos para privados e vice-versa;
  • Passividade total na violações, discriminações e discrepâncias promovidas pelas Instituições Bancárias, nomeadamente na verificação da aplicação da Lei sobre os arredondamentos das Taxas de Juro e nos custos das operações bancárias, que aumentaram para o dobro de há 5 anos para cá;
  • Actuação nula sobre o caso BCP (passagem de gestores entre bancos concorrentes, com possível troca de estratégias não me parece muito lícito);
  • Esclarecimento nulo sobre a crise dos mercados financeiros devido ao subprime.
E depois de saber que o titular da pasta nos EUA ganha metade e tem o dobro das responsabilidades...

Diálogos Intemporais

Uma conversa em família de uma professora, em 1988:

- Então, o que fizeste hoje, querida?
- Fui dar aulas, depois fui tirar dúvidas, fui dar um Apoio e vim embora.




Uma conversa em família de uma professora, em 2008:

- Então, o que fizeste hoje, querida?
- Fui tratar da papelada dos Apoios, depois tive que ir ao SAS, ao GRUME, ao GRUB, à sala de vídeo, à biblioteca, dar uma aula de Substituição.
- E aulas?
- Isso é só amanhã, depois do GRUB e antes da biblioteca.
- Ah....

O Livro Branco das Relações Laborais

Como a maior parte dos leitores do blog são trabalhadores ou estão em vias de o ser, decidi prestar serviço público de informação sobre algo que nos poderá afectar em breve. Falo de uma comissão (sempre que falo de comissão, vêm-me à memória uma rábula dos Gato Fedorento sobre a criação das ditas) que apresentará sugestões para alteração do Código de Trabalho (que, já de si, é uma merda, mas com isto tende a ficar uma merda lastimosa. Resumindo, a comissão chegou às seguintes conclusões:

  1. Que pode ter vantagem esclarecer que o trabalhador deve ser uma pessoa física (neste momento, estou a passar do estado sólido ao líquido por aquecimento interno à conta da irritabilidade que me invadiu, ao pensar que estes gajos foram PAGOS para descobrir esta "pólvora);
  2. Que o recurso extensivo à utilização de formas atípicas de emprego (leia-se, contratos a termo certo com duração inferior a 6 meses, recibos verdes, falsos trabalhadores independentes, ...) configuraria o reverso da medalha da "rigidez" aos despedimentos individuais, com consequências negativas na segmentação dos mercados de trabalho. (Se há coisa que os sindicatos andam a berrar há muitos anos é a precaridade do trabalho em Portugal. Uma conclusão destas, além de ser óbvia, não tem nada de assinalável.)
  3. Que poderá ser necessário introduzir novas formas de contratação laboral, nomeadamente trabalho repartido e trabalho intermitente. (Ora, mas não criticaram isto no ponto anterior? São PAGOS para se contradizerem...)
  4. Que é indesejável (porque tecnicamente inviável) que se regulamente o tempo de trabalho. (Exacto, assim já não há a obrigação de pagar horas extraordinárias porque, ao contrário do que as cabecinhas da Comissão pensam, o povo trabalha bem mais do que as supostas 35 horas...)
  5. Que o conceito de Diuturnidades (bónus do salário após um certo tempo de serviço) deve ser erradicado e que o valor do subsídio de férias deve depender do número mínimo de dias que se pode ter. (Resume-se em perda de regalias desses calões, vulgo trabalhadores)
  6. Que as modificações a integrar no regime processual da Cessação do Contrato devem ser articuladas com outras formas de promoção do emprego e da empregabilidade. (Yeah, right, dá-me mais música a ver se eu gosto...)
  7. Que as formalidades sobre a cessação do contrato hoje impostas, em especial as conexas com a instrução, deixariam de ser obrigatórias, cabendo ao empregador decidir se as pretender promover ou não, sendo certo que devia ficar claro na lei que a realização ou a não realização de diligências probatórias em sede de procedimento não teria consequências na avaliação judicial do despedimento. (Chama-se a isto "promoção do desemprego" ou "facilitismo de despedimento", em contradição com o ponto anterior).
  8. Que o "Despedimento por Inadaptação" - eu nem sabia que isto existia - não tem aplicação na prática, mas que deve ser clarificada (dando uma série de recomendações, das quais destaco "Entende-se que o acento tónico deve ser colocado na impossibilidade de manutenção da relação de trabalho – critério comum a todas as situações de despedimento – que, neste caso, teria origem na inadaptação ou mesmo na ineptidão do trabalhador."
  9. Que é conveniente reduzir as reuniões de trabalhadores (com base em convocatórias sindicais ou de representantes da comissão de trabalhadores) para um máximo de 20 horas anuais (em deterimento das actuais 30).
Feito o resumo, acho que me limito a dizer que gastando dinheiro de forma absurda em Comissões deste género, parece-me claro que não vamos a lado algum. Em vez de evoluirmos, estamos a regredir. Mas é o país ditassocrático que temos...

Para quem perdeu o fim-de-semana futebolístico:

Resumo do jogo do Benfica:
  • Oportunidade do Setúbal
  • Oportunidade do Setúbal
  • Oportunidade do Setúbal
  • Pancadaria entre Luisão e Katsouranis
  • Golo do Benfica
  • Oportunidade do Setúbal
  • Golo do Setúbal
Resumo do jogo do Sporting:
  • Oportunidade do Sporting
  • Golo do Boavista
  • Oportunidade do Sporting
  • Oportunidade do Sporting
  • Oportunidade do Sporting
  • Oportunidade do Sporting
  • Golo do Boavista
  • Oportunidade do Sporting
Resumo do jogo do Porto:
  • Fífia do guarda-redes da Naval
Espero que tenham ficado esclarecidos.

Aposta Paga!

Para a próxima, limito-me a perder euros e não os meus princípios.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Duas sugestões musicais:

O Guru já me tinha indicado que o novo álbum era brilhante... Alicia Keys - "No one":



Para quem não se lembra dela, uma das músicas do álbum antigo:



Como o próprio Guru afirma, está calma e descontraídamente a entrar num grupo restrito de cantoras de eleição, na qual se inclui uma semi-deusa de seu nome Jill Scott:

Jill Scott - "A long walk"




Lupe Fiasco & Jill Scott - "Daydreamin' "


Uma mensagem de Natal diferente...

... e atrasada. Espero que tenham passado uma boa quadra festiva.

Exoneração ou a Breve História de Culpar Alguém

A Câmara Municipal de Lisboa decidiu exonerar seis responsáveis do Departamento de Gestão Urbanística após a sindicância pedida pelo anterior autarca, de seu nome Carmona Rodrigues. Ocorre-me apenas o seguinte:
É PRECISO TER LATA!



Vamos por as coisas por tópicos, pode ser que ajude:
  • Exoneram-se os responsáveis e não se responsabiliza o anterior Vereador com o mesmo pelouro?
  • O anterior autarca não é, também ele, responsável? Ou será que os responsáveis actuais se auto-nomearam? (Sendo assim, nomeio para Responsável de Obras Feitas o autor deste blog, com um ordenado de 4750 euros, automóvel, telemóvel e refeições tudo à conta da CML)
  • Os Vereadores não são praticamente os mesmos? Pelo que vejo, exceptuando alguns casos raros no PS, uma lista nova no PSD e a ausência do CDS/PP por troca com um dos existentes, está tudo igual...
  • Indo a um nível mais baixo, os Responsáveis são responsáveis de qualquer coisa e de alguém. E que tal também analisarem esse alguém?
  • Se o relatório foi recebido hoje, porque é as exonerações foram em tempo recorde, sem direito a processo disciplinar para futura averiguação? Voltámos ao tempo da exoneração à la carte e à la minute "toma lá que é fresquinho" do tempo do AOS?
  • Agora que me lembro, no tempo do AOS, os próprios, quando eram considerados pouco eficientes (nem sequer eram corruptos, apenas incompetentes), demitiam-se e davam lugar a outro. Agora, quando são incompetentes no Estado, vão para um lugar de Administrador não-Executivo numa empresa pública.
Brilhante, mesmo brilhante a política que temos.

A importância das coisas!

- Que azar que eu tenho!

O pensamento descrito é o que se sobrepõe na minha mente, naquela sala de espera. Estão 8ºC em Lisboa e estou, novamente, na mesma sala de espera.

- Que azar que eu tenho!

Outra vez? Malditos comprimidos. Mas são vitais, sem eles ele não sobrevive. Com eles, surgem os "efeitos secundários"...

- 1% das pessoas pode manifestar vómitos, náuseas,

... dizem eles. Observo a sala, pela primeira vez. Parece que o hábito da ocorrência já me faz ver as coisas de forma diferente. Paredes brancas, cadeiras extremamente desconfortáveis e outras 4 pessoas, além de duas auxiliares e 1 enfermeira.

- Que azar que eu tenho!

A TV berra o "Preço Certo". Um olhar desconfiado à mesma permite discortinar as duas únicas razões para ver o programa (sem som, está claro). Olho à volta: uma senhora idosa de aspecto desconsolável vira furiosamente as páginas de uma revista. Uma médica entra na sala e dirige-se a ela:

- Está a ser preparado. É operado ainda hoje.

Sai uma lágrima.

- Tenha calma, agora está controlado.

Sai um sorriso forçado e duas lágrimas escorrem rapidamente pela face. A outra senhora ao lado, olha para ela com pena, enquanto a TV continua a berrar

- O próximo concorrente vem da Bobadela.

E eu continuo:

- Bolas, que azar.

O olhar de pena acaba-se quando chamam o nome dela. Entra um homem que se chega ao pé dela

- Coragem, vamos!

Ela hesita, mas vai. Pouco tempo depois, sai e desloca-se com uma auxiliar a uma outra sala, com um dístico na porta: "Oncologia - Consultas".

- Bolas.

Devo estar com um olhar parvo, mas começo a duvidar do meu azar. Duas horas passaram e não há notícias do que a mim diz respeito. Abre-se a porta das Urgências.

- O fígado decidiu fazer das suas. Sabe que com estes comprimidos que toma, qualquer coisinha é razão para dar porcaria. Toma isto e daqui a 2 dias tudo deve voltar ao normal.

Agora o sorriso forçado é meu. Repenso o que pensei e acabo comigo a dizer

- Que sorte tenho eu!

Diálogo no Trânsito em dia de Chuva - 2

(Apitos e travagens depois, abrem-se os vidros)
- Ó animal, então viste o que fizeste?
- Eu?!?!?!
- Sim, minha besta, tens que andar em frente!
- Olhe para o chão, está uma seta a dizer obrigatório virar à esquerda!
- E depois? Eu quero ir em frente!
- Eu também quero ser gestor público e não me deixam!

Diálogo no Trânsito em dia de Chuva - 1

(Apitos e travagens depois, os vidros abrem)
- Então você viu a asneira que fez?
- Eu?!?!
- Sim, estava a rodar na rotunda.
- Desculpe?!?!?
- Sim, a rodar na rotunda e não me deixa ir em frente.
- Ah, isso. E fui eu que fiz a asneira?
- (gesto impronunciável e indescritível)
- O que o senhor põe no cu é problema seu.