sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A azia continua...

Já se percebe que o senhor perdeu o investimento que fez no local anterior, mas poderia deixar de ser tão mentiroso, podendo enganar uma mente mais distraída. Vamos lá decompor correctamente os factos:
  1. "[...]onde está a autonomia da ponderação política sobre a avaliação técnica?" é a primeira pergunta que faz. Eu respondo com outra: se um aeroporto é uma decisão política, para que serviram tantos estudos e tantas encomendas para se perceber onde colocar o novo aeroporto? Se é uma decisão política, não era preciso pagar a tanta gente para avaliar o melhor local, simplesmente decidia-se. Já agora, essa factura já daria para pagar quase 1/4 do novo aeroporto (o gasto supera os mil milhões, a ser fiel aos números divulgados na comunicação social).
  2. "O LNEC só deu vantagem a Alcochete no capítulo dos custos" - é falso, deu vantagem em 4 dos 7 items, dando empate noutro e ligeira vantagem à Ota nos restantes. Uma leitura atenta do relatório também avalia possíveis custos futuros (expansão, condições do terreno, ...), parcela essa ignorada pelo senhor.
  3. "Uma evidente menos-valia de Alcochete está em não ter passagem directa do TGV Porto-Lisboa-Espanha" - outra vez uma distracção do senhor, já que passou a parte em que, caso se decida avançar com o aeroporto em Alcochete, há medidas adicionais a serem tomadas no que respeita a outras obras públicas de interesse nacional. Como tal, se o senhor tirasse as palas que tem nos olhos, talvez percebesse que era isto a que o estudo se referia.
  4. "Quem sai mais prejudicado pela opção Alcochete são obviamente os utentes que residem a Oeste e Norte de Lisboa" - sendo eu um utente do Norte de Lisboa, prefiro o aeroporto mais perto (Alcochete) do que mais longe (Ota). Mas evidentemente, se o referido senhor vivesse de facto no Norte e Oeste, talvez tivesse tino de não dizer este tipo de baboseiras.
Agora acrescento dois outros aspectos que o senhor se "esqueceu de referir": o primeiro diz respeito ao custo de preparação do terreno na Ota (não incluído no custos referidos), custo este que, segundo especialistas do Instituto Superior Técnico, nunca seria inferior a 2 mil milhões de euros (Sic Notícias, Dezembro de 2005).
O segundo diz respeito ao seguinte: a Portela está assim em estado tão catastrófico que obrigue a esta obra faraónica? Concordo contigo, caro Gonçalo, quando dizes que não precisamos de um novo aeroporto, precisamos que o dinheiro seja canalizado para outras áreas bastante mais necessitadas como a Saúde e a Educação. Mas isto faz-me lembrar um cartoon que vi há tempos sobre Bush e Condie Rice. Após os anos passarem e Bush não fazer nada, vira-se para Condie e diz "Olha, Condie, arranja-me algo que os faça lembrarem-me". Aqui é mais ou menos o mesmo...